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Autor Culligan - Data 27/09/2022
Apesar de atender aos limites normativos permitidos, a presença dos agrotóxicos na água é um sinal de alerta. Saiba mais sobre o Glifosato, pesticida mais encontrado no Brasil.
Os agrotóxicos – ou pesticidas, como costuma-se ouvir – são produtos químicos utilizados para controle e eliminação de insetos, pragas, fungos, larvas e demais organismos que contaminam ambientes e prejudicam o crescimento de plantações. Apesar de serem mais utilizados no setor agrícola, o uso dos agrotóxicos também é destinado a outros ecossistemas, como florestas nativas, lagos e até no meio urbano.
O mercado de agentes químicos para eliminação de seres nocivos à vegetação oferece diferentes tipos de agrotóxicos, como os inseticidas, para controle de insetos; fungicidas, para combate aos fungos; herbicidas, para eliminação de plantas invasoras; fumigantes, para combate às bactérias do solo; raticidas, para os indesejados ratos e demais roedores; acaricidas, para eliminação de ácaros; entre outros menos comuns.
Apesar de oferecer uma solução para os problemas no campo, esse tipo de agente químico representa riscos à nossa saúde e sua presença na água brasileira alcança taxas expressivas.
Segundo o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento, a contaminação da água está aumentando a passos largos e constantes.
Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos. Essa taxa subiu para 84% em 2015 e chegou em 88% em 2016, alcançando 92% em 2017. Nesse ritmo, em alguns anos, pode ficar difícil encontrar água sem agrotóxico nas torneiras do país.
Dos 27 pesticidas testados e detectados em diversas cidades do Brasil, 21 são proibidos pela União Europeia. Segundo Pelaez e colaboradores (2016), em 2011 o Brasil figurava como o segundo maior mercado mundial de agrotóxicos, onde eram comercializados 19% do total dos produtos vendidos no mundo, quando os Estados Unidos eram o país a consumir a maior proporção de tais produtos (27% do comércio mundial). Segundo os mesmos autores, o Brasil passou a ser o maior importador mundial de agrotóxicos a partir de 2012, ao aumentar em dez vezes o valor importado entre os anos de 2000 e 2013.
Fonte: Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua)
Dentre as opções disponíveis no mercado para atender às demandas do setor agrícola, o mais comum em solo brasileiro é o Glifosato (N-(fosfonometil) glicina).
Resumidamente, os herbicidas à base de glifosato (HBGs) agem como biocidas ao inibirem a enzima 5enolpiruvoil-shikimato-3-fosfato sintetase (EPSPS), bloqueando a biossíntese dos aminoácidos aromáticos triptofano, fenilalanina e tirosina. Na prática, esses produtos agem como uma solução para ervas daninhas que comprometem a saúde das plantações.
O Glifosato (N-(fosfonometil) glicina) é classificado como pouco tóxico (classe toxicológica IV) e tem uso autorizado no país para aplicação em pós-emergência das plantas infestantes.
Apesar de serem conhecidos como defensivos agrícolas, os agrotóxicos podem exercer papel de vilão quando falamos em saúde humana e os riscos resultantes do contato com nosso organismo vêm preocupando cientistas e médicos.
Estudos demonstraram que o glifosato, ao bloquear os processos metabólicos das bactérias do trato intestinal, leva ao desenvolvimento de doenças devido à interrupção da síntese de substâncias que estas bactérias fornecem ao hospedeiro (humanos e outros).
Mesnage e colaboradores (2014) divulgaram que as formulações comerciais contendo glifosato são até mil vezes mais tóxicas do que o princípio ativo isolado, revelando haver efeitos sinérgicos entre os componentes de herbicidas à base de glifosato.
Estudos também mostram que o glifosato apresenta efeito de desregulador endócrino em células hepáticas humanas (GASNIER et al., 2009), e em trabalho divulgado em 2012, foi relatado que o Roundup, em concentrações da ordem de partes por milhão (ppm), induziu à necrose e à morte programada (apoptose) de células de testículos de ratos, entre outros efeitos indicativos de interferência hormonal naqueles mamíferos (CLAIR et al., 2012).
Em 2013 foi divulgado um estudo que demonstrou que o glifosato, na concentração de partes por trilhão (ppt), induz à proliferação de células humanas de câncer de mama (THONGPRAKAISANG et al., 2013).
Para os brasileiros, a informação mais preocupante em meio a esse cenário é de que nossas normas reguladoras são mais tolerantes quando ao volume de pesticida permitido na água quando comparamos com outros países. Na União Europeia, os Valores Máximos Permitidos (VMP) de Glifosato na água é de 0,1ug/L, já no Brasil é de 500ug/L, ou seja, 5000 vezes superior ao limite da União Europeia.
1º Semestre 2019
• 195 análises de Glifosato em ponto de consumo
• Em 174, o Glifosato foi detectado (89%)
• 160 apenas em SP
• 48 amostras acima do limite da união europeia (25%)
• 40 apenas em SP
2º Semestre 2019
• 173 análises de Glifosato em ponto de consumo
• Em 155, o Glifosato foi detectado (90%)
• 140 apenas em SP
• 41 amostras acima do limite da união europeia (24%)
• 35 apenas em SP
Estudo recente conduzido por pesquisadores de Princeton, FGV e Insper relaciona a contaminação de rios pelo Glifosato com aumento significativo da taxa de mortalidade infantil em municípios do Sul e Centro-Oeste.
A disseminação do Glifosato nas lavouras de soja levou a uma alta de 5% na mortalidade infantil em municípios do Sul e Centro-Oeste que recebem água de regiões sojicultoras (de cultivo da soja transgênica, principal grão produzido e exportado pelo Brasil). É o que mostra um levantamento realizado por pesquisadores de Princeton em parceria com a Fundação Getulio Vargas e Insper.
O aumento na taxa de mortalidade infantil representa um total de 503 crianças mortas ao ano em função do contato com o Glifosato utilizado como herbicida contra ervas daninhas nas plantações de soja dessas regiões.
O estudo, que recebe o nome de “Rio Abaixo: Uso de Glifosato na Agricultura e Desfechos de Nascimento nas Populações do Entorno”, foi motivado pelo aumento expressivo da produção de soja transgênica no Brasil, principalmente no Centro-Oeste e no Sul. Para análise dos dados que relacionam a expansão na produção da soja transgênica com as taxas de nascimento e mortalidade infantil, considerou-se o período entre 2004 e 2010, extraindo informações anuais.
Os resultados comprovaram que há uma deterioração nas condições de saúde ao nascer nesses municípios rio abaixo das cidades que expandiram a produção de soja (que recebem água de origem das áreas de uso do glifosato), apresentando maior probabilidade de nascimentos prematuros e – o mais grave – aumento da mortalidade infantil. Através de análises empíricas, os pesquisadores puderam provar também a relação do problema com à água distribuída para consumo à essa população, visto que os municípios rio acima – ou seja, que não recebem a mesma água oriunda das áreas de exposição do pesticida – não foram afetados pela piora das estatísticas de nascimento e mortalidade infantil.
O estudo chama atenção para outro aspecto que reforça a hipótese confirmada de exposição ao Glifosato por meio do consumo da água contaminada: a piora nos dados de nascimento também é maior quando chove mais na temporada de aplicação do Glifosato, entre outubro e março.
“Uma preocupação que existia é que pudesse haver contaminação da água, pois estudos toxicológicos nos Estados Unidos, Argentina e Brasil detectavam a presença de glifosato em rios, mas de forma pontual, não sistemática”, explica Soares.
De acordo com Rodrigo Soares, professor da Fundação Insper e um dos responsáveis pelo estudo, há uma preocupação muito grande quanto aos efeitos dos herbicidas sobre populações que não são diretamente envolvidas com a agricultura. “Nosso artigo é um dos primeiros a mostrar de forma crível que isso deve ser de fato uma preocupação, ao demonstrar a contaminação através dos cursos de água em áreas distantes das áreas de uso, de uma maneira que nunca havida sido feita anteriormente.” finaliza Soares.
O Glifosato costuma ser pulverizado, sendo em geral absorvido na planta através de suas folhas e dos caulículos novos. Sabe-se que a pulverização aérea deste herbicida o leva não só às culturas, mas também a corpos d’água e nuvens, pela evaporação, que podem precipitar em locais distantes causando então sua distribuição em locais muito afastados da aplicação.
O glifosato adere fortemente ao solo, não sendo esperado por isso que ele passe para águas subterrâneas. No entanto, ele tem o potencial de contaminar águas de superfície por conta da possível erosão de sedimentos ou partículas suspensas que foram levadas até a água superficial e que contenham o glifosato.
Um estudo de monitorização realizado na Dinamarca entre 1999 e 2009 revelou que o glifosato poderia ser transportado de terrenos contaminados para águas subterrâneas e rios através da infiltração das águas de chuvas.
Segundo estudos de Cartaxo (2020), as principais fontes de agrotóxicos são Estações de Tratamento de Efluente (ETE’s) e escoamento superficial em áreas agrícolas.
Usualmente as ETEs são projetadas para remover contaminantes convencionais, tais como sólidos e matéria orgânica biodegradável.
Apesar de apresentarem menores concentrações de microcontamintes, mananciais podem ser fontes de água para consumo humano e sua contaminação pode representar um risco maior à saúde da população.
Fato é que desde a chamada “Revolução Verde” – um marco importante do último século que proporcionou o avanço da agricultura em massa – a contaminação do solo por meio de agentes químicos passou a ser mais aceita, com objetivo de preservar as plantações e aumentar a produção agrícola, gerando mais alimentos gerando mais alimentos para uma população crescente.
Consequentemente, esse processo trouxe mais exposição à saúde em função do contato direto pela ingestão de água e alimento com presença de agrotóxico. Riscos graves como os de potencial cancerígeno justificam a importância de destinar atenção ao tema e do desenvolvimento de novas soluções para amenizar essa exposição.
A ZeroWater, marca do grupo Culligan, oferece em seu portfólio uma solução para a eliminação dos pesticidas presentes na água.
Com cinco etapas de purificação, a jarra de água ZeroWater oferece proteção além dos agrotóxicos, removendo completamente todo componente dissolvido na água, geralmente encontrados em escala microscópica, como sais, metais, minerais e compostos orgânicos. A presença elevada desses componentes pode contaminar a qualidade da água e trazer riscos à saúde.
Para medir essa quantidade de sólidos utiliza-se um aparelho de medição de qualidade da água chamado de medidor de TDS (total dissolved solids), que identifica o índice de sólidos dissolvidos na água em partes divididas por milhão.
Os testes realizados na água purificada pela jarra ZeroWater comprovam a máxima eliminação dessas substâncias, comprovada pela marcação zero no visor do medidor. Na prática, a remoção desses elementos reflete diretamente no gosto e aparência final do líquido, proporcionando mais pureza.
Além da remoção dos sólidos dissolvidos, a jarra ZeroWater também elimina bactérias e retém partículas de 0,5 μm (classe A em purificação).
Dentre as opções disponíveis no mercado internacional, a ZeroWater é a única certificada pelo NSF (National Sanitation Foundation), a Fundação Sanitária Nacional dos Estados Unidos, organização independente responsável pela criação de parâmetros globais de segurança sanitária para saúde pública.
Leia também: Estiagem: os impactos da seca sazonal para a qualidade da água no Brasil
Referências
CARRANÇA, Thais. Agrotóxico mais usado do Brasil está associado a 503 mortes infantis por ano, revela estudo. Uol Meio Ambiente, 25 de maio de 2021. Disponível em <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2021/05/25/agrotoxico-mais-usado-do-brasil-esta-associado-a-503-mortes-infantis-por-ano-revela-estudo.htm>. Acesso em: 09 de junho de 2021.
CARTAXO, A. et al. Contaminantes emergentes presentes em águas destinadas ao consumo humano: ocorrência, implicações e tecnologias de tratamento. Brazilian Journal of Development, 2020.
GLYPHOSATE and AMPA in Drinking-water. World Health Organization, 2005.